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O jogo tradutório.

  • Foto do escritor: Jacqueline Cidreira
    Jacqueline Cidreira
  • 19 de mar. de 2018
  • 1 min de leitura

Atualizado: 28 de jan. de 2020


Traduzir é um ofício desafiador e, por isso, me cativa tanto. Mas desafiador por quê? Não é somente conhecer outra língua? Não! E é aí que está todo o charme dessa profissão.

Todo texto transmite sua mensagem por meio da língua escrita. Sendo ela aplicada de formas diferentes conforme o contexto cultural ou social. Desse modo, a linguagem utilizada em um bilhete, não é a mesma usada em um processo jurídico e nem em uma poesia. Isso depende da mensagem que será passada e do público que vai ler este texto. Os textos literários, por exemplo, exploram muito mais as possibilidades semânticas e sonoras das palavras que os textos técnicos, pois eles devem ser mais claros e objetivos.

Como diz José Paulo Paes, traduzir não é o mesmo que interpretar. Interpretar é absorver a essência do texto, enquanto, traduzir é se preocupar com as singularidades da obra. Logo, é ter conhecimento cultural, social e estrutural da língua materna e da segunda língua. Por exemplo, se há uma gíria policial no texto original, na tradução, deve-se encontrar uma gíria policial equivalente, ou seja, não posso traduzir essa palavra específica de um grupo de pessoas por uma palavra do dia a dia ou da língua culta. Isso não conservaria as particularidades dos textos.

Portanto, traduzir exige um conhecimento para além da fala e da compreensão de duas línguas. Exige conhecimento cultural, social e linguístico. Traduzir é um ofício empírico, cada desafio é uma reflexão, uma pesquisa, uma experimentação e um mergulho nas artimanhas do jogo tradutório.

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