Por que eu quis ser tradutora?
- Jacqueline Cidreira
- 5 de fev. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 28 de jan. de 2020

É estranho dizer que comecei a traduzir porque não compreendia muito bem o idioma que aprendia. Quando fazia inglês, na adolescência, levava textos para estudar em casa e os traduzia porque queria entender tim-tim por tim-tim.
É como dizia José Paulo Paes: “sou tradutor, na verdade, porque não entendo bem as línguas que traduzo.” E é isso que acontece. Eu traduzo para entender as minúcias do texto. Por isso, traduzia os textos de inglês, eu queria entender mais que o contexto geral, eu queria compreender expressão por expressão.
Na graduação, o encanto por fazer ponte entre uma língua e outra só aumentou. Em Letras, aprendemos que a língua está ligada à sociedade. Isso quer dizer que a cultura e os costumes dessa sociedade refletem em sua língua. Com isso, surge o fascínio pelos desafios em encontrar as equivalências na tradução.
Além da equivalência da tradução, cada gênero tem uma linguagem específica como literária, técnica, audiovisual. Na dublagem e na literatura, ainda se faz necessário adequar a linguagem ao tempo (século XIX, por exemplo) e ao grupo social e profissional (garotos da periferia, realeza, advogado, médico, policial).
Essa é uma profissão dinâmica no sentido de se trabalhar com várias linguagens e isso exige, por vezes, criatividade. Ela constrói pontes e facilita o acesso a vários conteúdos para aqueles que não compreendem outra língua além da materna. Enfim, a tradução ajuda a ampliar o leque de conhecimentos culturais, sociais, históricos, científicos de uma sociedade. É por isso que traduzo.
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